domingo, 6 de dezembro de 2009

A CULTURA SURDA E SUAS LUTAS


Segundo o texto A Máscara da Benevolência, de subtítulo, a comunidade surda amordaçada, de autoria de Harlan Lane, a cultura ouvinte se sobrepõe à cultura surda: língua, identidade e necessidades submetendo-a à classificação dentro de seus parâmetros de “normalidade,” saúde e capacidade, amarrando-a, politicamente, com o destino de verbas configurado para deficientes, desrespeitando-a, sem abrir espaço não só para suas manifestações mas o seu direito legitimo à cidadania e ao processo de interação social e política a que têm direito.

O texto sugere duas vias de ação à comunidade surda: enquadrarem-se no sistema audista, aceitando sua formatação de incapacitados a exercer a plena cidadania ou lutar contra este sistema de inclusão excludente, desafiando-o.

Em um ensino voltado para a construção da autonomia do aluno, deve-se não apenas questionar a postura destas instituições e formadores, assim como, discutir e construir novas propostas e linhas de ação pedagógicas, que promovam, com a participação da comunidade surda sua identidade , língua e cultura, rompendo com a formatação de incapacitados ao convívio social e à cidadania.

Passo, então, a analisar os desafios dos surdos para uma participação ativa na sociedade.

Penso que o primeiro passo seja a barreira da língua e da comunicação: eles precisam ser entendidos e nós precisamos buscar compreendê-los para que haja conhecimento, interação e respeito, espaço para a demonstração de suas habilidades e capacidades. A instituições educativas tem um papel fundamental neste processo, porém a sociedade não pode eximir-se de sua contribuição. Em segundo momento seja necessário um amplo debate social buscando neutralizar os pré-conceitos e discriminações quanto a aceitação das indiferenças, desmistificando o rótulo de incapazes. A sociedade precisa abrir-se e receber ao novo, ao diferente. As políticas públicas também precisam abrir espaços de ação e desempenho produtivo, educativo e cidadão, também para esta minoria a ser incluída. Também é necessário que a comunidade surda fortaleça-se criando espaços de participação e representatividade na vida social, política, econômica e cultural, articulando-se com órgãos internacionais para a construção de novas perspectivas.
madores, assim como, discutir e construir novas propostas e linhas de ação pedagógicas, que promovam, com a participação da comunidade surda sua identidade , língua e cultura, rompendo com a formatação de incapacitados ao convívio social e à cidadania.

Um comentário:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Marta excelente postagem! Conseguiu refletir e buscar respostas, analisando os desafios dos surdos para uma participação ativa na sociedade. Mas sabemos que ainda temos um longo caminho para isso... não acha? Bjs