domingo, 6 de junho de 2010

EM PROCESSO DE LETRAMENTO

RELATO DE CAMPO
Em planilha contendo as vogais e seus respectivos traçados, foi proposto a busca de outros referenciais, além daqueles visualizados nos clipes, a serem ilustrados nesta planilha, enriquecendo os referenciais com nomes de animais, objetos, alimentos, vivências concretas do cotidiano infantil. A construção de cartelas contendo o traçado das vogais pelos alunos, para serem utilizados como BINGO DAS VOGAIS, reforçou a relação fonema/grafema, além de divertir a todos.

No dia seguinte, retomando a digitação dos nomes pelos alunos, agora impressos, em papel ofício, as cartelas contendo os traçados das vogais, utilizadas no BINGO DAS VOGAIS, serviram de guias para a identificação das vogais que integram o nome próprio de cada aluno, localizando-as em sobreposto, nomeando-as e quantificando-as. A seguir foram distribuídos livros, revistas e encartes para recorte das vogais que compõem o nome de cada aluno e colagem sobreposta, construindo o seu nome próprio. O processo que busco evidenciar nestas atividades propostas é a construção do letramento, o que Magda Soares define como: “Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno.”

Em entrevista ao jornal DIÁRIO DO GRANDE ABC, pag 3, publicado em 29/08/2003, Soares, doutora em educação, destaca aspectos que não podem ser ignorados pelo professor alfabetizador, os quais faço registro, pontuando-os: ELA DESTACA A IMPORTÂNCIA DO ALUNO SER ALFABETIZADO EM UM CONTEXTO ONDE LEITURA E ESCRITA TENHAM SENTIDO

O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda, designa práticas de leitura e escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever. Além disso, o aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura e escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, ele precisa apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, de freqüentar revistarias, livrarias, e com esse convívio efetivo com a leitura, apropriar-se do sistema de escrita. A professora defende que, para a adaptação adequada ao ato de ler e escrever, “é preciso compreender, inserir-se, avaliar, apreciar a escrita e a leitura”. O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto esse aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita.

A educadora argumenta que a criança precisa ser alfabetizada convivendo com material escrito de qualidade. “Assim, ela se alfabetiza sendo, ao mesmo tempo, letrada. É possível alfabetizar letrando por meio da prática da leitura e escrita.”

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