quinta-feira, 21 de outubro de 2010

APRENDIZAGENS, REFLEXÕES E POSTURAS PEDAGÓGICAS

Revisitando as postagens construídas ao longo do VI semestre de estudos do PEAD, retomo, pontualmente, algumas das tantas reflexões que resultaram em questionamentos, re-construção de saberes e aprendizagens significativas que incidiram sobre minha ação pedagógica.

Segundo Piaget, a construção da aprendizagem acontece mediante ao processo de INTERAÇÃO que promove ASSIMILAÇÃO e ACOMODAÇÃO possibilitando EQUILIBRAÇÃO, gerando ADAPTAÇÃO criando condições de CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO favorecendo a APRENDIZAGEM.
Piaget (1976, p.37) insiste na idéia de que conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações, pois, “conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo, aprendendo os mecanismos dessa transformação, vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é, pois, assimilar o real às estruturas de transformações.”


“Considerando as vivências anteriores do aluno, o professor desafia o aluno a re-significar seus conhecimentos prévios oportunizando novas e significativas situações de aprendizagem para que o aluno possa re-construir seus conceitos agregando novos conhecimentos, manifestando novas posturas e mecanismos de aprendizagem (assimilações e acomodações). Neste processo o papel do professor não deve ser aquele de transmissor do conhecimento, mas de provocador, problematizador das situações que levarão o aluno a refletir sobre o que está realizando, construindo, apreendendo.”


Também Michel Serres, defende como aprendizagem o processo do “outramento” ou mestiçagem, isto é, aprendemos através da interação com os outros, numa constante auto-construção da identidade e de bagagem humana e cultural.

O médico e psiquiatra Jean Itard defende que: “O homem não nasce como homem, mas é construído como homem,”(Pessoti 1984, pg 36) referindo-se a educabilidade de Victor de Aveyron como sendo “insuficiência cultural” e “carências de experiências de exercício intelectuais” em linguagem pedagógica, falta de interação com seres humanos e sua humanidade.

Conforme o professor Fernando Becker, “é preciso inserir mais e maior consciência crítica epistemológica em nossos profissionais para destruirmos esse modelo arcaico de estrutura educacional atual, que reproduz dominação secciona conhecimentos, desconecta realidades (teoria e prática, ensino e vida).”


A partir das construções, acima relatadas, concluo que tais atividades serviram como provocação para re-pensarmos nossas prática educativas, equacionando as posturas adotadas em nosso dia a dia.Se pararmos um pouco para pensar, diariamente, enfrentamos dilemas morais, ético-profissionais, ético-pedagógicos, sociais, humanos, além daquele constante questionamento: nossos posicionamentos são coerentes com aquilo que estudamos, sabemos e acreditamos? Que seres humanos estamos formando? Nossas práticas e posturas estão construindo que cidadãos e que de sociedade?

Estas considerações visam também desacomodar nossas consciências e posturas, no sentidos de alertar que, cada posicionamento adotado, em nossa prática educacional, promoverá um determinado comportamento cidadão em nossos alunos, que servirá a este ou aquele modelo de cidadania e sociedade. Portanto, a educação nunca será neutra, pois servirá a alguma ideologia dominante, seja ela de libertação e construção de uma nova realidade social ou de manutenção das estruturas de dominação.

Um comentário:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Olá Marta, muito boas as duas últimas postagens!

O que mais você diria ou apresentaria para sustentar sua argumentação?

Você já tem os questionamentos... posicione-se!

abraços