terça-feira, 26 de outubro de 2010

EDUCAÇÃO LIBERTADORA

A proposta interdisciplinar do PEAD, do VII semestre alinhou universos bastante diferenciados, caracterizados por peculiaridades culturais e contextos específicos que, entre si, revelam realidades e necessidades educacionais particulares, mas que em comum trazem consigo a premência de uma proposta de ensino libertadora como propulsora do processo de cidadania. Refiro-me a EJA-Educação de Jovens e Adultos, à Comunidade Surda, ao processo de letramento e alfabetização que alavanca o sucesso ou fracasso escolar de todo e qualquer indivíduo.

Em um ensino voltado para a construção da autonomia do aluno, deve-se não apenas questionar a postura das instituições e formadores, assim como, discutir e construir novas propostas e linhas de ação pedagógicas, que promovam, com a participação das comunidades sua identidade , língua e cultura, rompendo com estigmas de incapacidade e exclusão social.

Refletindo sobre mecanismos de dominação que permeiam a sociedade e as instituições, Paulo Freire postula uma educação crítica e libertadora, que reflita sobre as estruturas de poder presentes na educação, em especial , na alfabetização, não a reduzindo a simples decodificação de valores sonoros e construção de palavras descontextualizadas. Mas uma leitura crítica e não submissa de mundo.

Segundo Freire, a linguagem e o poder estão ligados e proporcionam uma dimensão fundamental da ação humana e transformação social. A educação pelo empoderamento é a educação que permite problematizar a realidade em que está inserido o aluno, em que a busca pela libertação reflexiva e crítica fornece subsídios para a emancipação integral do indivíduo.

Logo, o que Freire defende não é apenas um fazer pedagógico diferente e eficiente, ou uma nova metodologia de ensino. Através dos temas geradores e da dialogicidade que eles suscitam, o autor preconiza uma educação contextualizada, significativa, politizada, não partidária, nem neutra, porém libertadora, pois promove a consciência individual e coletiva, crítica e construtiva, visando a transformação social e, consequente, humanização.

Portanto é convencido que a educação deve transformar e libertar o indivíduo que Freire apresenta e defende a construção de temas geradores a partir da leitura de mundo que os educando trazem consigo para, numa constante práxis, tomar posse de sua cidadania: “ para em diálogo com elas, conhecer, não só a objetividade em que estão, mas a consciência que tenham desta objetividade; os vários níveis de percepção de si mesmos e do mundo em que e com que estão.”( FREIRE, 1987)

Um comentário:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Legal Marta! Qual seria um bom exemplo disso que você está falando?

Abraços