domingo, 27 de junho de 2010

PROVOCANDO E PROMOVENDO ARQUITETURAS PEDAGÓGICAS INTERNAS


“Considerando as reflexões postadas no seu Portfólio de Aprendizagens, destaque os obstáculos, as aprendizagens e as descobertas de maior relevância para o seu desenvolvimento como professor (a) neste semestre.”

Considerando esta orientação como provocação para a construção da reflexão síntese deste semestre, relendo as postagens deste portfólio e as reflexões construídas durante este estágio percebi que, ao buscar implementar arquiteturas pedagógicas de relevância na construção do processo de letramento e alfabetização com meus alunos, um processo paralelo e sistemático aconteceu com a minha prática docente: a sustentação teórica da minha prática pedagógica.
Desde a construção da minha carta de intensões para esse estágio procurei pressupostos, teorias e autores que se identificavam com minhas concepções de ensino, naquilo que eu acredito e pratico em minha práxis diária. Agora constato que algo que eu buscava no PEAD, sustentação teórica para a minha prática foi concretizada por meio do uso das mídias na educação, pois tive que buscar autores e teorias, pressupostos e paradigmas para embasarem minhas ações pedagógicas e o uso de mídias, isto é, TICS foi fundamental para esta construção. Consegui articular teoria e prática, ação e reflexão numa re-estruturação interna pessoal e profissional, evidenciada em várias reflexões e postagens, das quais cito uma das tantas aprendizagens, construídas:

“Penso que identifico nestes autores e seus pressupostos, minha reflexão e ação de AVALIAR. Luckezi, Perrenoud e Hoffmann apresentam este tema, tão controverso para a ação educativa, sobre um novo prisma: avaliação como um meio, processo, mediação, desafio, reflexão, busca e superação. Estas reflexões oferecem um contraponto ao sistema avaliativo tradicional que preconiza na ação de avaliar a quantificação de saberes e a culminância do processo educativo. Pensando bem... a auto-construção humana pode ser medida ou mensurada? O processo educativo de humanização se encerra ao final de um trimestre? Esta profissional compreende avaliação como parte do processo de contrução de pré-requisitos, noções e conhecimentos, numa constante ação-reflexão diagnóstica em busca das etapas, objetivos e metas a serem perseguidas e conquistadas gradualmente pelo aluno, numa práxis cotidiana de sua ação pedagógica buscando o aperfeiçoamento da aprendizagem. Sendo esta sua postura avaliativa a mesma não se prende a momentos especificos de avaliar, por meio somente de “provas”, mas investe em demonstrativos de aprendizagem e etapas alcançadas, projetando suas próximas intervenções educativas.”(Marta Capistrano, na 5ª semana de estágio)

Concluo que o meu processo interno, de buscar, projetar e implementar novas arquiteturas pedagógicas de aprendizagem, junto aos meus alunos, também me modificou internamente, transformando, sincronizando e sintonizando teoria e prática, ação e reflexão, re-estruturando meus saberes e fazeres, conectando vida e pedagogia.Percebo que algo que eu perseguia profissionalmente está se materializando: minha qualificação humana e profissional: eis a descoberta de maior relevância deste oitavo semestre, com o estágio.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O RETORNO


Nesta sexta-feira, 18/06/2010, retomei meu estágio, junto aos meu alunos. Nós estávamos saudosos de nossa convivência diária, pois muito mais do que rotina de trabalho, são estabelecidos laços de vida e intimidade, vínculos de afetividade, parceria, respeito e apoio.Eles me relataram: “Nós rezamos pra ti voltar logo!”

Percebi que enfrentaram esta situação inusitada com aceitação e maturidade pois apesar de variar os profissionais que atenderam a turma, os alunos não manifestaram rejeição na forma de choro ou revolta: estavam calmos a espera da professora (alguns deles também haviam adoecido).

Conforme orientação de minha supervisora, professora Vera Marta Reolon, realizei atividades diagnósticas para sondar o desenvolvimento dos alunos a cerca das propostas de atividades enviadas e do domínio dos objetivos que vinham sendo trabalhados. Sendo assim, não implementei de imediato o planejamento projetado anteriormente: propús atividades diagnósticas de aprendizagem, sondando suas possíveis dificuldades e aprendizagens construídas.

Também em sintonia com a PPEscolar desta instituição embasei minha ação pedagógica diagnóstica:
“A avaliação consiste num processo educativo sistemático cumulativo e contínuo, cooperativo e participativo de função diagnóstica e prognóstica, resultando em uma comprovação da integração do aluno em direção ao conhecimento mais sistematizado e a sua autoconstrução integral. Tem também a função investigativa com o objetivo de reorganizar as próximas ações do educador. Deve considerar o educando como um todo, respeitando a sua individualidade, inserido-o no grupo, no desenvolvimento de cada atividade realizada, valorizando a construção do seu conhecimento.”

“ A avaliação do educando será realizada através das observações diárias, da participação e execução das atividades escolares propostas, na auto-avaliação do aluno e pela aplicação de instrumentos diferenciados e adequados à verificação da construção do conhecimento. “(Excerto da PPEscolar da EEEF Salvador Canellas Sobrinho)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

GARIMPANDO NA INTERNET


Apesar de minha doença me impedir de estar com meus alunos durante alguns dias, voltei-me, então, à pesquisa de atividades didáticas referentes ao letramento e alfabetização na internet. Para minha surpresa garimpei inúmeras sugestões de atividades, propostas por outros professores que, como eu, são alfabetizadores realizando propostas diferenciadas em diversos sites. Fiquei deslumbrada com tantas e tamanhas alternativas: eu não havia descoberto a internet como fonte de sugestões e trocas... até aulas prontas, passo a passo se encontra! Percebo que o potencial desta ferramenta virtual pode revolucionar as práticas educativas, assim como, transformar as novas gerações e nossa sociedade: só precisa ser bem utilizada, isto é, em prol da humanização do próprio homem. É esta proposta que vislumbro nas palavras de Carvalho, Nevado e Menezes, 2005, pag 2:

“Propostas pedagógicas concebidas para mediação da aprendizagem buscarão dar suporte a novas concepções educacionais, caracterizadas por deslocamento das concepções hierárquicas e disciplinares em direção a uma concepção de conhecimento interdisciplinar. Concepções desta natureza têm presente modelos de formação de professores que privilegiam modos de saber alimentados e potencializados na tessitura composta pela formação aberta apoiada por “rede de relações”. É desta rede de relações de aprendizagem, que ora experiencio, que quero referendar ao escrever tal reflexão.

Percebo que esta é a proposta pedagógica do PEAD, da qual somos sujeito, enquanto alunos/professores.É como se enxergar dentro de uma profecia.

“As arquiteturas pedagógicas são, antes de tudo, estruturas de aprendizagem realizadas a partir da confluência de diferentes componentes: abordagem pedagógica, software, internet, inteligência artificial, educação a distância, concepção de tempo e espaço. O caráter destas arquiteturas pedagógicas é pensar a aprendizagem como um trabalho artesanal, construído na vivência de experiências e na demanda de ação, interação e meta-reflexão do sujeito sobre os fatos, os objetos e o meio ambiente sócio-ecológico [Kerckhove 2003]. Seus pressupostos curriculares compreendem pedagogias abertas capazes de acolher didáticas flexíveis, maleáveis, adaptáveis a diferentes enfoques temáticos. (Carvalho, Nevado e Menezes, 2005-Arquiteturas Pedagógicas para Educação a Distância: Concepções e Suporte Telemático )”
http://proa-turma01.pbworks.com/f/arquiteturas_pedag%C3%B3gicas_sbie2005.pdf

domingo, 6 de junho de 2010

EM PROCESSO DE LETRAMENTO

RELATO DE CAMPO
Em planilha contendo as vogais e seus respectivos traçados, foi proposto a busca de outros referenciais, além daqueles visualizados nos clipes, a serem ilustrados nesta planilha, enriquecendo os referenciais com nomes de animais, objetos, alimentos, vivências concretas do cotidiano infantil. A construção de cartelas contendo o traçado das vogais pelos alunos, para serem utilizados como BINGO DAS VOGAIS, reforçou a relação fonema/grafema, além de divertir a todos.

No dia seguinte, retomando a digitação dos nomes pelos alunos, agora impressos, em papel ofício, as cartelas contendo os traçados das vogais, utilizadas no BINGO DAS VOGAIS, serviram de guias para a identificação das vogais que integram o nome próprio de cada aluno, localizando-as em sobreposto, nomeando-as e quantificando-as. A seguir foram distribuídos livros, revistas e encartes para recorte das vogais que compõem o nome de cada aluno e colagem sobreposta, construindo o seu nome próprio. O processo que busco evidenciar nestas atividades propostas é a construção do letramento, o que Magda Soares define como: “Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno.”

Em entrevista ao jornal DIÁRIO DO GRANDE ABC, pag 3, publicado em 29/08/2003, Soares, doutora em educação, destaca aspectos que não podem ser ignorados pelo professor alfabetizador, os quais faço registro, pontuando-os: ELA DESTACA A IMPORTÂNCIA DO ALUNO SER ALFABETIZADO EM UM CONTEXTO ONDE LEITURA E ESCRITA TENHAM SENTIDO

O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda, designa práticas de leitura e escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever. Além disso, o aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura e escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, ele precisa apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, de freqüentar revistarias, livrarias, e com esse convívio efetivo com a leitura, apropriar-se do sistema de escrita. A professora defende que, para a adaptação adequada ao ato de ler e escrever, “é preciso compreender, inserir-se, avaliar, apreciar a escrita e a leitura”. O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto esse aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita.

A educadora argumenta que a criança precisa ser alfabetizada convivendo com material escrito de qualidade. “Assim, ela se alfabetiza sendo, ao mesmo tempo, letrada. É possível alfabetizar letrando por meio da prática da leitura e escrita.”