segunda-feira, 10 de novembro de 2008

REFLEXÕES SOBRE MINHA PROFISSÃO


Em resposta aos questionamentos e reflexão sobre a minha profissão devo registrar que sou professora nomeada há 25 anos completos dentro do plano de carreira do município de Gravataí, sempre em sala de aula sem ter gozado nenhuma licença prêmio. Para não repetir as reflexões anteriores, já relatada pelos colegas, trago, então, a seguinte reflexão.
Penso que nosso plano de carreira municipal precisa ser repensado pois se adoecemos e necessitamos nos afastar de nossas funções, por justo motivo, a primeira coisa que desaparece é o nossa uni docência, mesmo com anos de direito adquirido. Também nas férias, nossos salários são descontados por não exercermos tal uni docência no mês de fevereiro. É assim que a cidade da qualidade valoriza seus profissionais em educação.
Só para ilustra melhor o quadro local de prioridades quanto a educação, os professores e funcionários municipais precisaram paralisar suas atividades na tarde de 06/11/08, manifestando-se publicamente à sociedade em defesa de nosso Instituto de Previdência- IPAG, pois a mantenedora, a prefeitura municipal de Gravataí, recolhe os 4,5% de nossos salários, juntamente com os seus 4,5% da classe patronal e não repassa ao nosso instituto para que este possa honrar seus compromissos e convênios médicos com várias entidades. Há várias destas clínicas, médicos e até mesmo hospitais que estão se descredenciando deixando de prestar seus serviços a nós, os servidores que somos descontados religiosamente e não podemos usufruir deste atendimento tão necessário a qualquer trabalhador (além de passarmos pelo constrangimento moral de caloteiros por tabela).
Esta situação vem se arrastando por alguns anos e o IPAG pode falir juntamente com nossos direitos à saúde e aposentadoria escoarem ralo a baixo, pois além do descaso e desrespeito demonstrados nos remetem a desesperança de um futuro próximo incerto.
Esta é apenas um enfoque da questão educacional na qual estamos inseridos.
O ângulo a perspectiva que relatarei a seguir diz respeito a uma leitura de educação e sociedade contextualizada.
Nós professores somos a linha de frente de guerra civil que se trava na interior da sociedade brasileira, no conflito entre a cidadania e a marginalidade. Vivenciamos junto aos nossos alunos, em nosso dia a dia, a luta pela sobrevivência digna ou a paralela. O capitalismo obriga aos pais a uma roda viva em busca de condições mínimas de sobrevivência, enquanto estes repassam a nós, suas responsabilidades na ação de educar. Gerações estão sendo manipuladas pelos meios de comunicação de massa e a sociedade não acorda para o dever de todos: educar. Somente a instituição escola não dá, nem dará conta desta missão que cabe a toda a sociedade: priorizar educação para semear e colher futuro,pois todos estaremos no mesmo barco.

Nenhum comentário: