domingo, 22 de novembro de 2009

RETROSPECTIVA DE UM ALFABETIZADORA


Colegas... Realizando as várias leituras propostas pela interdisciplina Linguagem em Educação percebi que o foco desta está no processo de construção da leitura e escrita, em seus desdobramentos, reflexões, aportes teóricos e suportes pedagógicos.

Em minha retrospectiva profissional-pedagógica, que ora passo a descrever, está permeada destas práxis, pois nos últimos 26 anos, entre outras práticas, dediquei-me a alfabetização de várias turmas.
Nos idos anos 80, aqui em Gravataí, as discussões giravam em torno de que método alfabetizava melhor: silabação, palavração, abelhinha? Havia entre as alfabetizadoras uma certa disputa quanto ao tradicional seguro ou as inovações da moda. Mas não havia o embasamento teórico ou reflexão sobre como a criança aprende, nem o questionamento sobre a postura pedagógica do professor.
Já nos anos 90 a febre da implementação do construtivismo, surgiu como antítese daqueles métodos fechados, tendo como compreensão de liberação total: a criança aprende sozinha, sem método, sem proposta, o que foi muito rebatido e gerou muitas controvérsias entre os professores.
Aos poucos, as formações pedagógicas foram desfazendo esta má impressão inicial e os educadores foram se apropriando dos estudos de Piaget, Emília Ferrreiro e Ana Teberoski, entre outros, refletindo e utilizando como suporte pedagógicos para suas práticas tão carentes de embasamento teórico. Porém não se pode desprezar que toda aquela formação tradicional dos professores tenha sido descartada para dar lugar ao novo: na prática o “misturismo” prevaleceu.

Neste novo milênio outra discussão emerge dentro das práticas educativas dos anos iniciais: letramento ou alfabetização? Letramento e alfabetização é o que os pensadores que lemos sustentam. Não podemos dissociar o processo de codificação e decodificação de códigos (apropriação da escrita e leitura), sem com eles fazer a leitura de mundo e vice-versa. O planejamento que fiz exemplifica isto: com meu 3º ano, que acompanho desde o início da alfabetização, já estou propondo a construção de textos mais complexos, evidenciando não só as questões semânticas e sintáticas, mas provocando uma reflexão e leitura crítica que mundo globalizado, já está impondo a eles, através das comemorações do halloween ( ver a justificativa do meu projeto).

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