terça-feira, 7 de setembro de 2010

INICIANDO O TCC

Durante todo o Estágio de Docência me chamou atenção as diferenças gritantes de bagagens e letramentos que meus alunos trouxeram consigo. Alguns freqüentaram creches, escolinhas, balet, taekondo, lan houses e faziam uso de vídeo-games, lep top de brinquedo, computador e notebook dos parentes, CDs e DVDs, MP3, etc. e outros somente as vivências familiares com e sem estímulos a alfabetização.

Na turma as realidades humanas eram contrastantes: desde crianças infantilizadas, falando como bebês, gagueira, dificuldade de organizar pensamentos e palavras (expressão), distúrbios de conduta e déficit de atenção convivendo com outras em nível alfabético buscando a leitura fluente e escrita correta de palavras e frases. Fiquei surpresa com o universo tão diversificado desta clientela que situa-se nas classes C e D, onde seus responsáveis são trabalhadores assalariados ou desempregados.

Interroguei-me, então: por que sendo estas crianças da mesma faixa etária, vivendo na mesma localidade, ambientadas na mesma regionalidade urbana e gaúcha e, dentro de um mesmo país, apresentam tamanhas diferenças de preparo, bagagem, estímulos, facilidades e dificuldades, autonomia e passividade?

Não foi preciso pensar muito para ponderar: precisamos considerar que as desigualdades sociais que permeiam nosso país e suas especificidades regionais são variadas e determinantes para a construção do universo familiar, cultural, econômico, político e social, do aluno e que irão incidir direta e conseqüentemente em diferentes vivências e bagagens consolidadas, ou não. Os diferentes usos das tecnologias disponíveis também atuarão promovendo o processo de letramento e construção da leitura de mundo pelo educando.

Tais constatações vem de encontro ao seguinte questionamento: as práticas e usos de leitura e escrita experienciados na família, escola e sociedade seriam determinantes para a auto-construção do letramento e, a conseqüente alfabetização?


Resolvi, então, investir nesta realidade tão contundente, que em várias oportunidades, com diferentes turmas, tive a oportunidade de enfrentar e ter de administrar, mas sem uma pesquisa mais aprofundada do tema.

OBJETIVOS DA PESQUISA:

Investigar diferentes níveis de letramentos e bagagens já construídas, pelos alunos, preparatórias a alfabetização;
Verificar o uso de tecnologias no processo de letramento e sua importância;
Comprovar a contribuição da proposta de Arquiteturas Pedagógicas desenvolvida junto à turma.

JUSTIFICATIVA

Tal esforço se justifica pela relevância do tema, visto que comprovar a importância e função do uso de tecnologias no processo de letramento e alfabetização poderia ser indicativo e demonstrativo de avanços nesta área, servindo de indícios e subsídios para sustentação teórica e instrumental de ensino, assim como evidenciando consonância como os novos paradigmas sociais, refletindo sobre novos de modos de produção a partir da era digital que vislumbramos .

Também é preciso destacar que a natureza deste estudo permitiria projetar possíveis vantagens e desvantagens da implementação de Arquiteturas Pedagógicas, nos anos iniciais, impulsionando e potencializando o desenvolvimento educacional de todo o ensino nacional.

Buscando definir a temática proposta no Relatório de Estágio (Quais são as contribuições das Arquiteturas Pedagógicas no processo de letramento e alfabetização?) e delimitando num enfoque interessante de ser investigado, intitulei, provisoriamente, meu TCC de LETRAMENTO DIGITAL NA ALFABETIZAÇÃO.

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