segunda-feira, 31 de maio de 2010

SOCIOINTERACIONISMO, NA PRÁTICA

As atividades projetadas para esta sétima semana caracterizam o que vem sendo a proposta de ensino implementada ao longo deste estágio: o sóciointeracionismo de Vygotsky.

Exemplificando: a construção do ALFABETO MIDIÁTICO com rótulos, embalagens, palavras e figuras pelos alunos explora as vivências culturais de letramento que cada aluno já conhece e traz consigo como bagagem. Tais informações são produto de interações anteriores e servirão como referenciais para a construção de novos mecanismo de leitura e escrita, promovidos, no dia a dia da turma.

O jogo privilegia a participação e interação dentro de regras e do tema proposto de forma lúdica desenvolvendo autoria, autonomia, recriações e transformações internas e externas, individuais e coletivas.

Cabe ao professor ser o mediador deste processo, promovendo tais interações e enriquecendo-as, também pelo uso meio de mídias na educação, como foi proporcionado através dos três clipes que apresentavam o alfabeto de maneira visual, musical e lúdica, propondo a busca de referenciais concretos para cada letra do alfabeto.

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem biológico em ser humano. É pela aprendizagem nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental. Segundo o psicólogo, a criança nasce dotada apenas de funções psicológicas elementares, como os reflexos e a atenção involuntária, presentes em todos os animais mais desenvolvidos. Com o aprendizado cultural, no entanto, parte destas funções básicas transforma-se em funções psicológicas superiores, como a consciência, o planejamento e a deliberação, características exclusivas do homem. Isso não significa que o indivíduo seja como o espelho, apenas refletindo o que aprende. As informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna. É isso que caracterizará a individualidade. Por isso a linguagem é duplamente importante para Vygotsky. Além de ser o principal instrumento de mediação do conhecimento entre os seres humanos, ela tem relação direta com o próprio desenvolvimento psicológico. Nenhum conhecimento é construído pela pessoa sozinha, mas sim em parceria com as outras, que são os mediadores.

Aprender é um processo constante e contínuo. A arte, o jogo, os desafios, a poesia, as regras e os conteúdos são parte de um todo, onde juntamente com a recriação, as transformações, e a autoria em todas as áreas, causam o crescimento de cada um.
http://escolainter.mmvia.com/index.php?option=com_content&task=view&id=39&Itemid=50

terça-feira, 25 de maio de 2010

DISCUTINDO O USO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO


DESCRIÇÃO DA CULMINÂNCIA DO PROJETO MÃES, EM 22/05/2010

Neste sábado, 22/05/2010, aconteceu na EEEF Salvador Canellas Sobrinho, a culminância do projeto MÃES, que vinha sendo trabalhado há três semanas por todas as turmas da escola. Esta homenagem é bastante aguardada pelos responsáveis como forma de externar afetos mútuos entre mães, pais e filhos, integrando a escola e família, num clima de alegria, reconhecimento e valorização do núcleo familiar de cada aluno, respeitando sua diferentes formações.

O clima que antecedeu os preparativos eram um misto de alegria e ansiedade, pois os homenageados já estavam chegando. Arrumação das cadeiras, no saguão da escola, que não conta com auditório para eventos, colocação de balões, montagem e testagem de microfones, telão, datashow, notebook, cds e câmeras digitais prontas para o registro de momentos inesquecíveis.

DISCUTINDO VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA MÍDIA
Toda descrição oral ou escrita necessita do fator imaginação (que depende da subjetividade de cada um) para ser interpretada, sem a presença de imagens. O registro dos acontecimentos leva o foco, a visão e as concepções do sujeito que a constrói, mas registra acontecimentos, contextualizando fatos dentro de uma linha histórica e social.

O registro fotográfico permite leitura variadas dos quadros que registra, porém também “sofre” a intervenção subjetiva de quem registra e para que, assim como de quem publica e com que intenções. Cada fotografia, seja ela digital ou não, sugere movimento, ação e consequências dos fatos captados; registra, comprova legitima e favorece ao resgate histórico, contextualizado a interpretação das imagens.

Os vídeos registram as mais variadas formas da manifestação humanana, enquanto objeto cultural, fenômemo social e histórico evidenciando ações premeditadas ou não: ficção, romance, aventura, história e ciência, entre muitos outros, são contextualizados através de som, imagem, técnica e efeitos especiais.

Atualmente tão utilizados pela sociedade capitalista, globalizadora de conhecimentos e costumes, facilitada pelo uso de celulares, máquinas digitais e filmadoras, surgem como ferramenta midiática para registro casual ou determinante de novos fatos, enquanto consequências sociais, históricas ou científicas.

Espero que este olhar midiático e externo do homem moderno sirva para refletir e avaliar as consequências de suas ações, na cultura, na sociedade, na história e para a humanidade, que não seja apenas para auto-promoção vazia de conteúdo e essência.

terça-feira, 18 de maio de 2010

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS PARA AÇÃO AVALIATIVA

Aproveitando a atmosfera afetiva que o projeto MÃES suscita, foi possível perceber, potencializar e canalizar esta capacidade humana, convertendo-a em aprendizado: as atividades propostas foram bastante produtivas, favorecendo a uma avaliação diagnóstica positiva das competências, até aqui, trabalhadas.

As propostas eram: identificar a letra inicial do nome das mamães, contando-as, construir estes nomes com letras emborrachadas, digitação dos nomes das mães, identificação dos nomes através de jogo, construção de retrato falado e desenhado, montagem de painel ALFABETO DAS MÃES, identificação e construção de seu nome próprio através de BINGO, caracterizando dentro do ALFABETO DE NOMES DA TURMA a letra inicial, a quantificação de letras e escrita individual do nome próprio.

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS PARA A AÇÃO AVALIATIVA

“ Na avaliação inclusiva, democrática e amorosa não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim travessia permanente em busca do melhor. Sempre !” LUCKESI, 1997.

Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos.
http://www.gestiopolis.com/Canales4/rrhh/aprendizagem.htm

“Avaliação significa ação provocativa do professor, desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-se a um saber enriquecido.” (HOFFMANN: 1994, p. 58)

Penso que identifico nestes autores e seus pressupostos, minha reflexão e ação de AVALIAR. Luckezi, Perrenoud e Hoffmann apresentam este tema, tão controverso para a ação educativa, sobre um novo prisma: avaliação como um meio, processo, mediação, desafio, reflexão, busca e superação. Estas reflexões oferecem um contraponto ao sistema avaliativo tradicional que preconiza na ação de avaliar a quantificação de saberes e a culminância do processo educativo.Pensando bem... a auto-construção humana pode ser medida ou mensurada? O processo educativo de humanização se encerra ao final de um trimestre?

Esta profissional compreende avaliação como parte do processo de contrução de pré-requisitos, noções e conhecimentos, numa constante ação-reflexão diagnóstica em busca das etapas, objetivos e metas a serem perseguidas e conquistadas gradualmente pelo aluno, numa práxis cotidiana de sua ação pedagógica buscando o aperfeiçoamento da aprendizagem. Sendo esta sua postura avaliativa a mesma não se prende a momentos especificos de avaliar, por meio somente de “provas”, mas investe em demonstrativos de aprendizagem e etapas alcançadas, projetando suas próximas intervenções educativas.

domingo, 9 de maio de 2010

NOVOS PRESSUPOSTOS PARA A AÇÃO PEDAGÓGICA


Nesta quarta semana de estágio foram possíveis comprovar as teorias de Maturana e Wallon, na aprendizagem, pois o enfoque emocional que o tema mães e família propõem evidenciam como os laços afetivos são essenciais na maturação psicológica e desenvolvimento de estruturas de cognição para a compreensão do mundo que os rodeia.

As atividades propostas foram realizadas numa atmosfera de intenso carinho, demonstrando que a figura materna concentra não somente os lações afetivos, mas as raízes de sustentação emocional, psicológica e motivacional do ser humano, o impulsionando ao amor e fraternidade transformando seus instintos de sobrevivência em aperfeiçoamento moral, ético e amoroso.

Constatei superações comportamentais voltadas para maior atenção e concentração, carinho e zelo na execução das tarefas propostas, motivadas pela temática afetiva, assim como, na busca de identificação e construção do nome das mães, na confeccção do presente, cartão e homenagem às mães. Houve uma canalização de emoções expressa em afetividade, potencializando o aprendizado cognitivo. Até mesmo os alunos que possuem formações familiares particulares, sendo criados por avós, tios padrastos e madrastas se contagiaram com o clima e produziram com prazer e alegria.

EMOÇÕES NA APRENDIZAGEM
“Maturana pauta-se por uma noção da biologia em que as emoções possuem um papel fundamental no desenvolvimento do sistema biótico. Acentuando o papel das emoções no viver humano, foi descobrindo o operar do sistema na construção do conhecimento como ação biológica. Propõe a emoção como o grande referencial do agir humano.
Os estudos de Maturana explicitam o sinônimo entre conhecer e viver. A noção de viver-conhecer está diretamente vinculada com o modo de relacionar-se e de organizar-se nessa relação. Não se trata de adaptação ao meio. O viver-conhecer na relação significa, ao mesmo tempo, a criação/recriação desse espaço relacional, e de outros, e a criação/recriação do sistema em relação. Pode incluir, em algum momento, a adaptação, mas vai além dela.Nessa relação criativa, meio-sistema, é que emerge o social. E o social é entendido como domínio de condutas relacionais fundadas na emoção originária da vida: o amor. Para Maturana: “A emoção fundamental que torna possível a história da hominização é o amor” (Maturana, 1999, p. 23). Ao falar de emoção o autor não se refere ao que convencionalmente tratamos como sentimento. Emoção, neste caso, “são disposições corporais dinâmicas que definem os diferentes domínios de ação em que nos movemos” (Maturana, 1999, p. 15). Assim entendida, a emoção fundante do social - o amor - é elemento estrutural da fisiologia humana. Maturana afirma que o amor é a emoção fundante do social porque:
O amor é a emoção que constitui o domínio de condutas em que se dá a operacionalidade da aceitação do outro como legítimo outro na convivência, e é esse modo de convivência que conotamos quando falamos do social (Maturana, 1998b, p. 23).” http://www.humanitates.ucb.br/2/maturana.htm

“Para Wallon, os períodos predominantemente afetivos ocorrem em períodos focados na construção do eu, enquanto estágios com predominância cognitiva estão mais direcionados à construção do real e compreensão do mundo físico. Este ciclo não é encerrado, mas perdura pela vida toda, uma vez que a emoção sobrepõe-se à razão quando o indivíduo se depara com o desconhecido. Deste modo, afetividade e cognição não são estanques e se revezam na dominância dos estágios.
A emoção cumpre papel importante no conflito entre a motricidade emocional (a capacidade de reagir a estímulos externos com movimentos apropriados) e a sensibilidade emocional (a capacidade de representar mentalmente problemas em geral). É ela também que dá origem à consciência do indivíduo, ajudando-o a distinguir-se, dessocializar-se da realidade à volta.
www.sogab.com.br/teoriasdeaprendizagem.doc

domingo, 2 de maio de 2010

REFLEXÃO SOBRE A PROPOSTA DE TRABALHO


Nesta 3ª semana de estágio foram realizadas alterações junto ao planejamento inicial. Tais mudanças partiram da relevância das impressões causadas pela reflexão sobre a temática indígena e sua riqueza cultural, provocadas nos alunos, a partir do filme exibido. Mergulhando naquele universo diferente de suas realidades urbanas, os alunos perceberam a diferença étnica e cultural, construindo em paralelo semelhanças e diferenças entre seu cotidiano e realidade indígena na floresta. Muitos se transportaram aos rios e banhos das crianças indígenas, à proteção do animais, na coleta de frutas na mata, no caçar e pescar, no cuidado e carinho entre pessoas de diferentes culturas. Por esse motivos esta estagiária aprofundou e promoveu esse “primeiro encontro” com a diversidade étnico-cultural existente no âmago da sociedade brasileira, mesmo que virtualmente, prevendo o letramento multi-cultural intrínceco ao nosso povo, buscando o respeito a pluralidade étnica e convivência fraterna com as diferenças.

Esta abordagem também aprofundou ao resgate histórico das raças dentro das famílias, pois foi possível constatar caracteristicas físicas, emocionais, culturais em comum, com a vida indígena que são praticadas até os nossos dias: o chimarrão, a pescaria, o banho em rios e praias, o artesanato, os nomes de frutas e lugares, etc.

Percebo que esta semana foi bastante original, no sentido da interação e valorização das iniciativas dos alunos. É preciso sensibilidade e perspicácia, ousadia e coragem para adequar o planejamento inicial, ajustando-o aos interesses e necessidades dos alunos, promovendo reflexões, aprofundamentos que potencializam a construção de novas estruturas e mecanismos de aprendizagem.
Pessoalmente, penso que um planejamento se aproxima mais do aluno, quando o mediador(professor) colhe e reflete sobre as interações diárias, organizando seu próximo planejamento de forma a ser significativo e estruturador de novas aprendizagens de acordo com o feed back demonstrado pelo aluno. Planejamentos prontos e fechados deixam de fora o personagem principal da interação: o aluno, por não incluírem sua participação ativa como sujeito das próprias aprendizagens: não são produtivos, significativos ou construtotres de autonomia, são apenas adestradores do sistema vigente.Minha proposta de trabalho visa não apenas re-pensar minha prática, mas empreender novas ações pedagógicas de superação das antigas formatações do ensino tradicional. Espero estar trilhando o caminho da educação libertadora.