segunda-feira, 7 de setembro de 2009

*DESENVOLVENDO AUTONOMIA E CRIATIVIDADE

A partir da leitura do texto "O Menininho" de Helen Buckley construí a seguinte reflexão, segundo as provocações da titular da interdisciplina:

Viemos de uma escola tradicional que privilegia modelos de racionalização como forma de formatação e controle intelectual, político e social (ditadura militar). Muitos de nós, professores, sofremos os revezes deste modelo ideológico que privilegiava a manipulação das massas conforme a classe dominante de então. O resultado disto são pessoas sem iniciativa, criatividade, dependente das opiniões externas, incapazes de produzir com autoria e autonomia. O primeiro desafio frente a aquele aluno será resgatar a auto-estima do menino, valorizando suas iniciativas e saberes, suas capacidades, incentivando-o a exprimí-las através dos trabalhos propostos, enfocando o prazer de produzir algo único, valorizando sua autoria.

Minha postura pedagógica é aquela que propõe atividades e sugere formas de realizá-la, abrindo espaço para inciativas peculiares de cada aluno. Se proponho um desenho temático esclareço o objetivo que quero com a atividade e abro para as intervenções e interações do aluno, assim como valorizo as concepções por ele manifestadas na construção de sua obra, seja ela desenho, pintura, modelagem, construção textual, etc. Este posicionamento propõe metas a atingir, sem desprezar as etapas e diferentes níveis de produção, assim como, favorece a iniciativa, privilegia a autoria e desenvolve autonomia.

Sempre me perguntei isto: que aprendizados meus alunos levam consigo para a vida? Recentemente um ex- aluno passou por mim e exclamou:"-Violência só leva a mais violência, né professora Marta?!" Percebi que minha maior contribuição pedagógica e humana para a formação de meus alunos é a escala de valores por traz de minhas posturas e atitudes: aquilo que não digo, mas que me move, naquilo que acredito e é coerentemente explicitado em minhas práticas: o amor e o prazer de educar. Já encontrei vários alunos que, após terem crescido, recordam-se prazeirosamente das aulas e da atenção a eles devotada. Penso que minha marca é o amor e respeito ao ser humano em formação, proposta de ações embasadas em valores, juntamente com a dedicação.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Marta que legal sua reflexão sobre as marcas que nós professores deixamos em nossos alunos. Realmente nessa trajetória da escola somos marcados e marcamos, mas te pergunto até que ponto as marcas que recebemos e deixamos refletem nas aprendizagens?

Marta Capistrano disse...

Ela refletem na aprendizagem quando são significativas,prazeirosas e coerentes enquanto teoria e prática vivenciadas e acreditadas.